O Norte sempre soou como uma incógnita para mim (Isabel – de Florianópolis), que nunca tinha ido para lá e nunca tinha tido a curiosidade de saber um pouco mais sobre ele. O que eu sabia era o que amigos já haviam me dito, que havia muita natureza, que chovia em algum momento do dia e que era bem calor. Rafael (de São Paulo) também nunca tinha ido. No máximo foi até o Nordeste e gostou bastante. Eis que aparece um convite para passar 4 dias navegando pelo Rio Solimões em um navio-hotel que, por sinal, não fazíamos ideia que existia. Não sabíamos o que esperar. Lá fomos nós!
Manaus, uma das principais cidades do Norte do Brasil, a capital do Amazonas, o coração da Floresta Amazônica. Que bela surpresa! A possibilidade de poder entrar em contato com uma cultura diferente, um sotaque apaixonante, paisagens surpreendentes, hábitos e pratos típicos, ver de perto os animais livres em seu habitat natural e ter todo o respaldo e segurança que a experiência no Iberostar Grand Amazon oferece é, sem dúvida, uma ótima opção, ainda mais para pessoas que gostam de aventura e novas experiências sem precisar abrir mão do conforto.
Querem saber como foi? Segue então uma lista do que mais chamou nossa atenção na viagem. Esperamos poder inspirá-los, pois a vontade de voltar para conhecer mais daquela região só aumenta.
1. A cidade (Manaus)
De São Paulo para Manaus foram 4 horas de vôo. Fora do horário de verão, Manaus tem 1 hora a menos que São Paulo. É uma cidade que fica no centro da Floresta Amazônica, a maior floresta tropical do mundo. Quanta história essa cidade comporta e, por ser uma cidade portuária, sua importância é ainda maior. Muitos passeios para conhecer a região saem de lá.
Assim que descemos, saindo do aeroporto, um calor delicioso e aquela chuva! E que chuva! De dentro do nosso carro mal dava para ver o carro da frente. Bem que haviam dito! Mas a chuva logo passou.
Na cidade pudemos conhecer alguns lugares como o Mercado Municipal Adolpho Lisboa e seus 134 anos de existência. É um dos mais importantes centros de comercialização de produtos regionais. A arquitetura é linda e chamativa (restaurada em 2013). Dentro você encontra de tudo, desde artesanatos variados, até chás e produtos naturalmente curativos.


Passamos também pela famosa Feira Manaus Moderna e o comércio local, onde pudemos ver e provar frutos que nunca havíamos comido como a banana da terra. Descobrimos que o chips de banana da terra é feito com a banana ainda bem verde.

O mari-mari é um tanto agridoce parecendo um drops, e o bacuri é azedinho, afina o sangue e em tupi significa “o que cai logo que amadurece”.

Lá encontramos também a tapioca em grãos, que pode ser salpicada em cima do açaí e dá um crocante especial, e a farinha de uarini que é em si super saborosa. Ela é durinha, feita da mandioca e vai super bem com vários pratos, como um pirarucu assado.


Fomos ao maravilhoso Teatro Amazonas, inaugurado em 1896, considerado o principal cartão-postal de Manaus. Você pode marcar uma visita guiada e saber mais sobre o estilo renascentista, as pinturas, as esculturas e a polêmica cúpula. É lindo e sempre tem ensaio da Orquestra Filarmônica do Amazonas!


Do Teatro você vê alguns outros prédios históricos do período áureo da borracha. É muito charme!

O Porto Internacional de Manaus fica na costa oeste do Rio Negro. O Grand Amazon sai de lá. Ali parados já conseguimos ver alguns botos nadando em volta do Navio. Este navio-hotel faz dois trajetos: 4 noites pelo Rio Negro e 3 noites pelo Rio Solimões (este foi o que fizemos). E o mais gostoso é já chegar no navio com aquele calor e sermos recebidos com drinks refrescantes!

2. Novas experiências
O mais impressionante da viagem foi a quantidade de experiências novas que pudemos viver. Fomos de lancha para a região do lago Janauacá para visitar a casa de um caboclo e conhecer um pouco dos costumes e do modo de vida.
Nesta época do ano (maio), ainda chove muito (de dezembro a maio). A quantidade de água do rio estava elevada, e isso facilita a navegação. A água começa a abaixar a partir de junho e tem regiões que em setembro e outubro já não circula mais barcos. Visitar a região na época da seca ou na época chuvosa vai proporcionar experiências totalmente distintas e muito interessantes.



Observamos e aprendemos sobre a manipulação da mandioca e as várias formas em que ela pode ser utilizada (natural, farinha, polvilho, goma líquida). Dependendo de quanto ácido cianídrico a raiz tiver (substância venenosa), vai ser caracterizada mandioca mansa ou mandioca brava. As duas podem ser consumidas, desde que a brava receba um tratamento para eliminar o veneno e então virar farinha e goma, como o polvilho e a tapioca.

Observamos de perto como fazem para subir no pé de açaí e vimos (experimentamos também) muitas frutas típicas, como açaí, pupunha, tucumã, bacuri, umari, biribá (fruta-do-conde), graviola, cupuaçu, que é muito saboroso, cremoso e azedinho, e finalizamos com uma cachacinha caseira.



A pesca de piranhas na região de Manaquiri é demais. Vimos de perto a força na mordida da piranha. Ah, e todas as piranhas pescadas foram devolvidas ao rio.


A noite acontece um dos pontos altos da viagem, um passeio para avistar os jacarés em seu habitat natural e para escutar os sons noturnos da floresta. Estava uma lua muito brilhante, o que aparentemente não era muito bom, pois os animais conseguiam nos avistar rapidamente e fugiam.
O guia – muito preparado – conseguiu pegar dois jacarés para que pudéssemos ver de perto e logo devolveu pro rio.

No dia seguinte fomos até a região do Manacapurú para fazermos uma caminhada na selva e aprender sobre a fauna e a flora local. Estava uma manhã um tanto chuvosa, então fomos de capa. Mas logo ficou quente e sem chuva.

Ao chegarmos na selva, o guia nos mostrou uma formiga que tem uma ferroada insuportavelmente dolorosa chamada tucandeira. Vimos também uma raiz chamada amapá, que é usada como cicatrizante de feridas. Já o breu branco, uma resina muito fresca e cheirosa traz calma e concentração. Pode ser usad
o como antiinflamatório, cicatrizante, repelente, para defumações em meditações, óleos e cremes corporais.

Ao longo da trilha o guia nos mostrou a palha branca, que é usada para fazer o telhado das cabanas e uma lanterna natural que dura 30 minutos. Tomamos água direto do cipó (é meio aromatizada).

Vimos o guia fazer uma pulseira trabalhada com as fibras de uma árvore, nos despedimos de uma tarântula e parabenizamos o italiano Sr. Raimundo que, com 79 anos ficou firme e forte durante a trilha inteira.

3. Paisagens de tirar o fôlego
Estar rodeado de natureza é realmente uma sensação muito única. A quantidade de água no rio, as casas, as cores, a variedade de árvores e animais, o céu estrelado; tudo é muito interessante por lá.

Um espetáculo da natureza também é o encontro das águas dos rios Negro e Solimões. Por serem de cor, temperatura e acidez diferentes, você pode ver claramente onde está um e onde está o outro. A nossa foto não ficou muito clara, mas ao vivo estava muito mais nítido.

Era um pôr do sol tão lindo quanto o outro, rodeado de muita natureza.



Descemos em uma região e fomos a pé até um lugar que tinha muitas vitória-régias. A folha que fica na superfície pode chegar a ter 2,5 metros de diâmetro e suporta até 40 quilos se forem bem distribuídos.
Diferente do que imaginávamos, a vitória-régia é fixa no fundo do rio por um caule espinhoso (comestível). O guia disse que se o rio sobe mais do que a altura do caule, ela acaba morrendo. A temperatura ideal da água é entre 29 e 32ºC.

As árvores Samaúma são gigantes, chegam a ter 70 metros de altura. E o nível das florestas alagadas chega a variar cerca de 15 metros entre cheia e seca. Há uma visita a uma casa flutuante na região do Lago Janauari para comprar artesanatos.


4. Culinária no Navio
O navio tem o sistema All Inclusive, então há muita oportunidade para experimentar todos os tipos de pratos e repetir quantas vezes quiser. É tudo muito bem feito e a variedade é bem grande. Café da manhã, aperitivos, almoço, lanche e jantar.
Haja estômago para tanta fartura, fora os inúmeros drinks que são deliciosos e muito bem feitos.

Tirando os aperitivos e lanches – que são servidos no deck – café da manhã, almoço e jantar são servidos no restaurante Kuarup, que fica em um andar baixo e pela janela você consegue ver a superfície do rio de pertinho. É lindo demais!

Dentre os peixes provados, teve tambaqui, piranha, pirarucu e tucunaré, o preferido foi o pirarucu. O sabor dele é muito suave. O pirarucu é um dos maiores peixes de água doce do mundo chegando a pesar até 200kg. Provamos assado e também em uma paella deliciosa.


O café da manhã é bem servido com muitas frutas, ovos, bacon, mandioca, banana da terra, frios e há uma estação de tapiocas. Vale a pena provar uma opção bem regional feita com queijo e tucumã, uma fruta típica bem nutritiva que previne e trata diabetes.

Prato de arroz branco regado com vinagrete, tambaqui assado e farofa de uarini e um açaí natural com farinha de tapioca que o chef nos deu para provar.

5. Cultura e diversão garantidas
O que achamos muito interessante também foram as palestras rápidas no anfiteatro do navio sobre os povos, os costumes, os alimentos, a cultura local e as apresentações musicais. Vimos shows folclóricos, de flautas e a divertida banda dos funcionários chamada Sovaco de Cobra.


A equipe inteira do navio é sempre muito disponível, divertida e falam muitas línguas. Jogamos até bingo em um momento do dia. É tudo muito gostoso. Durante todo o cruzeiro você fica com roupas confortáveis e em apenas uma noite você coloca o seu melhor traje, pois é o Jantar do Comandante.

6. Animais em seu habitat natural
Mais legal do que ver e conhecer novos animais é poder fazer isso sem precisar prender o animal em jaulas e gaiolas. Nesse passeio pudemos observar peixes, jacarés, preguiças, cobras, macacos, porquinhos e aves. Bicho-preguiça é puro amor!

7. Hotel flutuante
O Iberostar Grand Amazon é um navio-hotel que foi inaugurado em 2005 e tem 74 cabines. Todas têm banheiro privativo, varanda e são iguais, com exceção de apenas duas que são suítes maiores, com uma sala separada, banheiro com banheira e uma varanda gigantesca que vai da lateral até a frente do navio.
Todos os passeios são muito bem organizados e seguros. As lanchas são muito bem cuidadas e todas com garrafinhas de água disponíveis à vontade.


As cabines são claras, espaçosas, limpas, com TV, ar-condicionado, secador de cabelo, cafeteira e frigobar. Podem ser camas king size ou duas de solteiro. As tomadas são 110V.


O navio tem elevador, cofre, loja de souvenirs, academia, spa, piscina, hidro em temperatura ambiente, deck, terraço ao ar livre, terraço coberto, bar, restaurante (à la carte e buffet), jogos, livros, dvds e música. O serviço All Inclusive é tanto para as refeições quanto pros passeios.

Quando você for escolher seu passeio, saiba que há três possibilidades. Uma é o passeio por 3 noites pelo Rio Solimões; outra de 4 noites pelo Rio Negro e há, ainda, uma terceira opção, que é fazer os dois passeios totalizando um passeio de 7 noites. Crianças só acima de 8 anos de idade.
Os preços variam bastante, mas é possível encontrar entre R$2.500 a R$7.000. Fique sempre ligado pois há sites que fazem promoções dos pacotes em que o acompanhante está incluso. Pelo Rio Solimões, dependendo da sua operadora de celular, você terá internet 3G. Claro e Vivo funcionaram bem. Já pelo Rio Negro, dizem ser mais difícil.
Desde 2015 acontece o Night pass, que é uma oportunidade de visitar o Grand Amazon no dia do Jantar do Comandante (todas as quintas-feiras de 19h à 00h). É uma bela oportunidade para quem estiver por Manaus. Um jantar de gala no sistema All Inclusive. O transporte dura 10 minutos e é realizado por uma lancha que sai do Píer do Hotel Tropical Manaus, em Ponta Negra.
Foi uma experiência excepcional e agradecemos a Iberostar pela oportunidade. Recomendamos para todos que puderem um dia conhecer mais da Amazônia.

Todas as fotos © Isa e Rafu
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