Como nosso objetivo é inspirar, aqui no Nômades Digitais abrimos espaço também para ouvir histórias de pessoas que correram atrás dos seus sonhos e hoje conseguem trabalhar e viajar pelo mundo ao mesmo tempo, ou simplesmente decidiram passar um tempo da suas vidas desbravando esse mundão. É o nosso quadro História Nômade, que dessa vez conta a aventura de dois amigos, Bruno e Murilo, e da levada rottweiler Tchuba. Os três formam o incrível projeto 4 Pés 4 Patas. Vem conhecê-los:
Vale a pena se aventurar… Nossa viagem começou como toda boa viagem deveria começar, através de um sonho.
Para Bruno, as sensações começaram lá atrás: “Desde a minha infância, eu não era adepto das brincadeiras ortodoxas. Não brincava de bola. Ia pra mata e brincava de explorar, de sobrevivência, de construir abrigos e utensílios de camping”. Curioso e com instinto aventureiro, muitas viagens foram realizadas durante a adolescência, sendo a maioria a procura de ondas boas para surfar. Em uma dessas viagens, descobriu que queria viajar por aí, sem destino. E assim, começou o preparo do planejamento para realização de sonho.
Perto de realizar a viagem de volta ao mundo, veio a pequena Tchuba, que mais parecia um filhote de urso, e os planos tiveram que mudar drasticamente. Viajar por aí com cachorro, ainda mais um desse porte, não parecia simples. Foi um período difícil, pois havia a apreensão de que o sonho não fosse possível.
Após grandes e exaustivas pesquisas, a ideia foi tomando forma e se tornando concreta. Nessa época, Murilo entrou na história com participação fundamental, tornando algo complicado em algo tangível, saindo do papel, fortalecendo a frágil coragem da época. O medo sempre esteve presente. Principalmente depois que a Tchuba foi envolvida. E se algo acontecesse com ela? Ela iria gostar de viajar? Iria enjoar no carro? Iria poder entrar nos lugares, nos parques? Iria brigar? Ela sofreria preconceito pela raça? Enfim, eram inúmeras perguntas que não teríamos respostas tão cedo.
Como lidar com medo nessa hora? Ora, o remédio mais antigo de todos: ação! Chegando na estrada você vê que não era nada daquilo, o medo quase sempre é injustificável.

Para Murilo, a viagem começou de supetão. Dotado de alma livre e aventureira, sempre teve como grande sonho de sua vida desbravar todos os cantos o mundo com suas variadas culturas. Porém, nunca acreditou que pudesse realizá-lo, principalmente da forma como aconteceu, com uma volta ao mundo. Sendo assim, como a maioria das pessoas, nunca se organizou para concretizá-lo.
Contudo, num final de semana aleatório, Murilo quando estava tomando uma cerveja com seu amigo Bruno, teve uma surpresa quando este, como quem não quer nada, tira da cartola essa magnífica e intimidante proposta de dar uma volta ao mundo de motorhome.
Murilo estava recém formado em engenharia de produção, depois de ter trocado de curso superior 3 vezes, passando por administração, psicologia e teatro. Nesse meio tempo, também tinha se tornando fotógrafo amador enquanto estudava engenharia nos EUA. E agora?! Precisava tomar uma decisão. Murilo estava diante da oportunidade de realizar seu sonho de vida e se viu envolto em medos e inseguranças por achar que era o momento de focar em sua carreira profissional. Recorreu a família e amigos próximos para conselhos, visando escutar todos os possíveis pontos de vista. Acabou por olhar para dentro e escutar a si mesmo. Como suas grandes paixões sempre foram o contato com a natureza, esportes radicais, música e fotografia, viu que a viagem poderia lhe proporcionar tudo isso. Na aventura, estaria desbravando o mundo, praticando esportes radicais e teria acesso a um acervo imensurável de lugares cênicos para fotografar. Isso tudo, é claro, sempre acompanhado de uma trilha sonora fina que ficava a cabo da dupla. Por isso, entendeu que cresceria muito mais com a viagem e suas experiências, voltando mais preparado para dar continuidade a sua futura vida. Sendo assim, jogou toda sua rotina para o alto e partiu para esse experiência única de vida.

Para Tchuba, a filha do Bruno, uma Rottweiler bem levada, e agora companheira inseparável da dupla e o tempero que faltava na trip, a viagem começou sem ela saber. Praticamente tudo na viagem foi readaptado para comportar a pequena gigante: uma nova rotina de passeios, um trailer maior, roupas especiais, botas, comida e até a nossa rota. Mas jamais houve arrependimentos! A presença dela é fundamental, torna tudo mais cheio de vida e o Bruno jamais pensaria em deixá-la no Brasil enquanto viaja.
“Não seria justo com ela, nessa curta vida, não aproveitar a oportunidade” e ela tem aproveitado com fervor!

O objetivo da viagem é simples e puro: ficar do lado de fora de casa, curtir a natureza, resgatar nossos instintos, lembrar que já fomos crianças, meditar, estar com nós mesmos, viver a vida com calma, sem a correria das grandes cidades. O plano inicial era viajar no anonimato, porém, como muitos amigos e familiares acharam fantástica a viagem, acabaram nos convencendo a fazer um projeto sobre ela. Assim surgiu o 4 Pés 4 Patas.
Optamos por iniciar a jornada na Flórida, EUA, e tivemos alguns motivos que justificavam essa escolha. O principal era para minimizar o tempo que a Tchuba ficaria dentro do avião. Sabíamos que não é uma viagem fácil nem confortável para a nossa mascote. Bruno, paizão, provavelmente sofreu mais que a Tchuba com a situação: mas não tínhamos saída.
Também soubemos que a Flórida era um bom lugar para a compra do RV (“recreational vehicule”). Lá adquirimos, nas pressas, um RV, grande demais para a viagem (só descobrimos isso bem depois…) e que foi um gasto excessivo e desnecessário. Tivemos problemas com os pneus, que na parte interna estavam cheios de bolhas e um deles explodiu na estrada. Optamos por trocar por um carro e um trailer. Posteriormente esse carro também era fraco demais e teve o radiador destruído. Daí chegamos na nossa atual combinação, um carro mais forte e um trailer. Mas aí, o gasto já havia ultrapassado toda a cota.
No caminho, vimos as paisagens fantásticas da Flórida, passamos pelo pântanos do Alabama, visitamos a charmosa cidade de New Orleans, mas estávamos interessados mesmo nas montanhas. Queríamos algo novo. E de surpresa, no Novo México, através de uma dica de um local, chegamos a uma estrada bem vazia, a US64, repleta de neve, e nos demos conta do por que estávamos ali. Depois de tanto problema, uma recompensa estupenda: um céu repleto de estrelas, Tchuba extasiada, paz e solitude.

Nossa viagem havia começado. Visitamos lugares incríveis, sempre procurando os mais vazios, e conseguimos achar alguns. Mesmo nos EUA, cheio de regras, podíamos viajar livres em dados momentos. A exceção fica nos parques nacionais. São lugares lindos, mas que são cheios de regras para preservação da vida selvagem. Existem restrições, mas conseguimos entrar e conhecer os parques que queríamos, como os lindos Yellowstone, Yosemite, Bryce Canyon, Grand Canyon, Grand Teton, Zion.
Seguimos para Las Vegas, para renovação do passaporte italiano do Bruno. Os dois têm dupla cidadania e isso promete facilitar alguma coisa no processo burocrático. De Los Angeles fomos para São Francisco, onde aguardamos os documentos chegarem e planejamos o futuro, que será subir o Oregon e Washington, entrar no Canadá e chegar ao esperado Alaska. E a viagem está apenas começando!
O passo seguinte, após o desbravamento da América do Norte, é ir para a Europa. Começaremos por Portugal por ser no extremo oeste europeu, assim Tchuba ficaria menos tempo em voo e começaríamos por uma ponta, rumando ao leste. Pretendemos conhecer todos os países do continente com excessão das ilhas. Infelizmente nelas, existem leis de preservação do ecossistema, que obrigariam a Tchuba a ficar em quarentena, trancada por algum tempo. Não conseguiríamos aceitar isso.
Após a Europa, a ideia é entrar na Rússia, percorrendo todo o País pela rodovia transiberiana, até Vladivostok.
Mudanças e acréscimos no trajeto podem surgir ao longo do caminho, a medida que novas portas se abram para o trio, que também gostaria de conhecer a China e explorar um pouco mais da Ásia.
Para eles, quanto mais viagem melhor, então aguardem muitas novas aventuras que ainda estão por vir! É só seguir o 4 Pés 4 Patas no site, no Facebook ou no Instagram, que vai sendo alimentado com fotos de fazer inveja a qualquer pessoa.








Todas as fotos © 4 Pés 4 Patas
Aprenda a ser um Nômade Digital
31.934 pessoas fazem parte de nosso grupo fechado de dicas por e-mail. É grátis!