Quem nos acompanha, sabe que quinta-feira é dia do quadro Brasileiros Viajantes (se ainda não conhece, descubra aqui e saiba como pode até participar). Esta semana, retornamos a Europa, onde encontramos a Daniela Loyola, uma brasileira há 4 anos a viver na charmosa Ilha de Malta.
A Ilha de Malta, que antigamente era “desconhecida”, ganhou popularidade e está super na moda, ganhando disparado no ranking dos melhores destinos de viagem na Europa.
Após ter vivido mais de 3 anos na África (Angola), 1 ano na Irlanda (Dublin) e 6 meses na Ásia (Malásia), Daniela Loyola caiu de paraquedas em solo Maltês, e hoje compartilha os encantos dessa Ilha que fica no Meio do Mar Mediterrâneo, país no qual mora desde 2011. Leia os 10 mitos sobre a vida por lá:
1. Malta é dominiada por outros costumes
Muitos se enganam achando que os malteses não têm identidade própria e são totalmente influenciados pelos italianos (uma vez que Malta fica ao lado de Sicília, no sul da Itália) ou pelo ingleses, pois Malta já foi uma colônia britânica.
Mas, ao contrário, o povo maltês é super original, pois além de carregar uma história milenar, é rico em cultura, tradições e possui hábitos bem peculiares, tais como: festas para homenagear os Santos perante as igrejas católicas do país (nas paróquias podemos participar desde quermesses até procissões); a culinária maltesa específica para cada época do ano (existem pratos típicos feitos apenas em datas comemorativas); celebrações nas entradas das estações do ano (como os diversos festivais de primavera e verão); manufatura de seus artesanatos (pois Malta é um dos países da Europa mais famosos pela quantidade e diversidade de souvenirs para oferecer de presente) e, por fim, sua dança folclórica – The Maltese Folklore Dance, que, além de ser divertidíssima, faz parte das raízes dessa nação.

2. Idioma falado na Ilha é só o maltês
Certamente essa é a maior dúvida que todos os turistas ou futuros intercambistas têm com relação ao idioma local de Malta. Bom, primeiramente vamos esclarecer que o idioma nacional do país é o maltês, porém são classificados como os idiomas oficiais tanto o maltês quanto o inglês. A língua inglesa, na verdade, é atualmente a mais falada na Ilha, devido a quantidade de expatriados à passeio ou residentes no país.
Embora essa união dos idiomas tenha ganhado espaço na Ilha, Malta tem uma porcentagem de 90% de moradores nacionais (malteses) e apenas 10% de expatriados (entre eles ingleses e outras nacionalidades), então, o idioma que prevalece e que acabamos ouvindo na Ilha é mais o maltês. Por isso, sempre recomendamos para os intercambistas que se dediquem ao máximo aos estudos, pois a escola é o única lugar no qual podemos vivenciar o inglês 100% do tempo na Ilhota.
3. A comida tradicional maltesa é só a pastizzi
Por incrível que pareça, muitas pessoas acham que a comida tradicional de Malta são apenas pastizzi (que são uma espécie de refeições rápidas que podemos encontrar em todos as ruas do país, a que alguns até chamam de Comida de Rua Maltesa), mas, podemos garantir que essa não é a principal atração da culinária maltesa.
Os malteses comem diversos pratos exóticos, que são atrações entre os turistas e moradores expatriados. Os pratos típicos são desde carne de coelho, carne de cavalo (que são receitas sicialianas), estufado de polvo (aliás, existem diversos pratos com frutos do mar), muita pesca local (além de peixe frito e cozido, as sopas da cabeça do peixe e a sopa Minestra, que é bem popular na Ilha), estufado de porco com bacon (que são todos criados nas fazendas locais do país) e os diversos aperitivos, que são desde o Maltese Platter até os pães malteses, como o Ftira Bread e o Hobz.
Foto © gelle.dk
4. O clima de Malta é sempre muito quente
Podemos dizer que Malta tem apens 84 dias de chuva e 2.950 horas de sol nos 12 meses do ano, porém, temos as quatros estações. No verão é bem quente e existem alguns anos que as temperaturas ultrapassam os 30 graus (com a sensação térmica de 40 graus, por causa da humidade do ar).
O inverno de Malta não é tão rigoroso como em outros países da Europa, mas, nos últimos anos, tivemos diversas geadas de frio na Ilha, tanto que em 2014 as temperaturas bateram os zero graus e o inverno atípico foi bem longo. Então, hoje em dia não podemos prever tanto a natureza, até mesmo os meteorologistas estão errando, o que podemos apenas ressaltar é que, em todas as estações do ano, o sol sempre aparece. Mas, se você estiver na Ilha fora do verão, carregue sempre um casaco, pois venta bastante e à noite a temperatura diminui drasticamente.

5. Não encontramos produtos e comida brasileira em Malta
Ah, isso não é verdade! Encontramos diversos produtos parecidos com o do Brasil aqui, talvez não as mesmas marcas, mas podemos fazer a nossa comida brasileira tranquilamente na Ilha. Obviamente, alguns ingredientes são fabricados apenas em nossa terra natal, mas podemos improvisar bem, pois Malta, embora não seja um país “tropical”, é muito farta em frutas, legumes, grãos e temperos.
Existem na Ilha muitos mercadinhos de origem africana, que possuem especiarias iguais as brasileiras e algumas verduras que também crescem em nosso solo. Se tem restaurante brasileiro na Ilha, parece que sim, mas, já que está em Malta, aproveite para explorar outros sabores, pois degustar diferentes paladares é uma experiência única, além de agregar na sua lembrança da viagem à Ilhota.
6. Só existem igrejas católicas em Malta
Essa é uma questão curiosa sobre a Ilha, pois o país, apesar de ser totalmente católico e dispor de 365 igrejas (ou seja, dá para visitar 1 igreja por dia durante o ano todo), recebe muitas pessoas, e principalmente moradores expatriados, que não são católicas e mesmo assim querem conhecer ou frequentar as suas religiões próprias. E aí? Malta tem a mente aberta?
Sim, a Ilhota, embora seja pequena de tamanho, é grande e generosa nesse lado eclético de ser e permite todas as religiões no país. Na ilha encontramos desde igrejas evangélicas à templos budistas ou muçulmanos e de todas as religiões, respeitando, cor, credo e classe social.

7. É fácil achar trabalho o ano todo na em Malta
Errado! Malta é um país pequeno, tanto que tem a nomenclatura Ilha, ou seja, não tem grandes fábricas, indústrias e a economia precisa do turismo e da hotelaria para se manter longe da crise. Mas, esse setor de “serviços” é bem sazonal, então as ofertas de emprego aperecem mais entre a primavera e o verão, deixando as outras épocas do ano bem escassas no quesito trabalho.
Outro ponto que devemos levar em consideração é com relação a documentação exigida para trabalhar em Malta, pois brasileiros com status de turistas ou estudantes em part-time (em escolas de inglês) não têm permissão de trabalho. As oportunidades são maiores para quem tem passaporte europeu (dupla cidadania), ou visto de trabalho (work permit) que é feito via empresa no momento da contratação.
É realmente um mito achar que Malta é um país que tem vastas áreas e segmentos de trabalho disponíveis, pois normalmente a prioridade são os candidatos locais e, em segundo plano, os demais europeus que já estão na Ilha e não precisam conseguir visto de trabalho (até porque isso tem um custo para a empresa). Resumindo, brasileiros só têm um pouco mais de chances se for uma área muito específica, tipo Telecomunicações – TI, Engenharia e, raramente, na área da Saúde.
Evidentemente, quem pode e não se importa em trabalhar com sub-empregos, pode ser que consiga vagas em restaurantes, bares ou lojas de shoppings, mas vale lembrar que a remuneração é baixa e muitas vezes a carga horária é bem puxada.
8. Sobre se casar em Malta
Inacreditavelmente, a Ilhota tem sido cenário de muitos casórios entre os expatriados, e pasme: muitos brasileiros vêm se casar nesse paraíso!
Mas, o país tem regras diferentes para os casamentos entre os expatriados, pois, se fosse seguir ao pé da letra, o casal teria que seguir as normas dos procedimentos de separação que são claras: 4 anos para o divórcio. Sim, Malta adotou recentemente o sistema de divórcio parecido com o da Irlanda, onde só é permitida a separação oficial (divórcio) após 5 anos morando separados. Porém, se o casal provar que estão 4 anos sem viver no mesmo teto e sem vida conjugal, a papelada é liberada através de um bom advogado.
Agora imagine – antes mesmo do ano de 2011, os casais malteses não podiam se separar, ou então entravam com uma documentação parecida a do divórcio que demorava 10 anos para ser aprovada e muitos vezes nem era, pois, segundo a crença da Igreja Católica, os casais podiam se reconciliar, então, na fé desse milagre, a tradição deveria ser permanente.
Então, se o casal é expatriado e vive na Ilha, e se casa em Malta, segue as normas do país. Mas, se o casal não é europeu e não vive na Ilha, a documentação, ao ser passada e autenticada no país de origem, não segue essas ordens, ou seja, brasileiros podem se casar aqui (e ter uma lua-de-mel dos sonhos), e quando voltarem ao Brasil apenas passam a documentação no cartório, e seguem as burocracias do Brasil. Se ficou interessado em se casar na Ilhota, apenas recomendamos que cheque a documentação necessária para o patrômonio internacional.

9. Só existem praias como opção de turismo e lazer
Jesus! Quem teve a coragem de falar uma coisa dessa? Malta é um paraíso com praias paradisícas e lota no verão, mas tem nada mais nada mesmo que milhões de coisas para fazer durante qualquer época do ano e até mesmo longe das praias.
A Ilha oferece inúmeras atrações indoor, também, dentre teatro, cinema, centenas de museus e galerias históricas, além de diversos esportes radicais e entretenimento, boliche, arco e flecha, escalada, paintball, big dardos e diversos bares com sinuca ou jogos alternativos. O que devemos explorar (e não perder!) em Malta são suas áreas verdes, que são incríveis e permitem obter plantas inusitadas, como os mais diversos tipos de catos, além de proporcionarem atividades fora do comum com animais e pássaros. Vale a pena descobrir a fauna e flora da Ilhota.

10. Podemos conhecer Malta em menos que 30 dias
Mentira! É impossível conhecer Malta em 30 dias, eu particularmente não conheço tudo, e moro aqui há anos! O que pode acontecer é o seguinte: o turista ou intercambista faz uma lista de lugares e coisas que quer visitar como prioridade, as principais paisagens ou os pontos turísticos mais badalados, mas conhecer Malta como um todo: jamais!
A Ilha, embora seja pequena, tem os quatro cantos: Sul, Leste, Oeste e Norte… e, mesmo sendo “tachada” como “redonda”, a gente anda, anda, anda e sai no mesmo lugar, mas nos deparando com abundantes cenas e interessantes recintos.




Se quiser saber mais sobre Malta, o blog by Brasileiros em Malta tem dicas e sugestões de passeios que devem ser explorados na sua estadia na Ilhota.

Fotos © How To Malta

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