Aqui no Nômades Digitais, abrimos espaço para que nossos leitores compartilhem suas experiências de vida pelo mundo. Hoje é Tati Batista, do Viajanderia, quem nos conta sobre o que a surpreendeu (e, provavelmente, vai te surpreender também) nos 5 países por onde passou no Sudeste Asiático. Vem ler:
O Viajanderia ficou por 52 dias rodando 5 países incríveis na Ásia e pode garantir que a cada curva vem uma novidade e uma surpresa. Você pode escolher ficar reclamando das dificuldades ou aprender com cada uma delas e a nossa vibe sem dúvida, foi a do aprendizado.
1. Não se impressione ao ver muitos asiáticos usando casacos com sol e temperaturas acima dos 30 graus
Pois é, no começo eu achei meio surreal e aos poucos fui acostumando a ver homens, mulheres e crianças usando blusas de manga e calça cumprida durante o dia em seus mais de 30 graus celsius. Sabe aquele dia para sair de top, short e chinelo? Então, você esbarra facilmente com o povo de casacos pela rua.
A explicação que encontramos em muitos do países que visitamos é que isso é feito para proteger a pele de se bronzear/queimar ao sol. As pessoas que possuem a pele queimada de sol normalmente são camponeses e as que fazem um trabalho mais pesado embaixo de sol. Não sabemos se essa explicação vale para todos, mas fato é que o costume se estende por muitas das cidades que visitamos, pelo Vietnã e Camboja com um pouco mais de intensidade.


2. Banheiros meio esquisitos e a saga: cadê o vaso sanitário que deveria estar aqui?
Pois é, cade o vasinho que estava aqui? Eles colocaram dentro do chão O.o Ops. Isso mesmo, ir ao banheiro vai ser um exercício de aprendizado, pois a criatividade rola solta. Alguns mantêm o vaso sanitário “para ocidental usar” e ao mesmo tempo têm casinhas com o vaso no chão. É um exercício de não deixar nada encostar no pezinho, viu senhores e senhoras, principalmente se o problema a ser resolvido for do tipo 2.
Sem fotos gente, please … a maioria era difícil de engolir … ui!
3. 4 horas ônibus? 18 horas de ônibus? 36 horas de ônibus, prepare-se: é provável que não tenha banheiro nesse ônibus
Foram 36 horas entre Vang Vieng no Laos e Hanói no Vietnã. 36 horas entre tuk tuk, mini van e slepping bus. E claro, como era de se esperar (#sqn) todos eles sem banheiro. Pois é galera animada, uma frase para resumir os ônibus pelo sudeste asiático: Bolívia foi melhor rs … ou seja. Aproveite cada parada para aliviar suas necessidades, maneire na ingestão de líquidos e em caso de desespero, tem sempre aquela última saída: Driverrrrr pleaseeee stopppp the bus… i need to go to the TOILET.

4. O tal do caos controlado e a velocidade reduzida
Gente! O trânsito deve ser a parte mais doida da Ásia para mim até o momento. Como assim? Milhares de motos, muitas motos MESMO. E uma velocidade bem baixa ao se locomover (exceção a Bangkok que tem uns adeptos a Ayrton Senna).
Em Hanói brincávamos de atravessar a rua diante de todo aquele tráfego. Carros, motos, ônibus de todos os portes, vans, mini vans… charretes. Eles andam devagar, o máximo que vai rolar em uma queda é um arranhão no joelho. Aquela velocidade, em situações normais não mata ninguém.
E a organização? Então, esquece! A calçada é de todos, assim como as ruas também. Você corre o risco do seu motorista de tuk tuk aproveitar que você pagou uma grana pra ele e parar para abastecer, para deixar um dinheiro com a esposa, parar no boteco para acertar aquela conta que ele estava devendo, tudo isso no caminho do seu destino. Sem #mimimi, todo mundo tem problemas a resolver no expediente, não é mesmo? 😉

5. O que parece doce pode ser salgado. O que deveria ser salgado às vezes vem doce
Foram muitos pacotes de comida que compramos enganados, parecia chips e era, mas doce. Parecia um pão com salchicha, e era, mas era tudo doce. Muito comum de acontecer, principalmente nas lojas “7 Eleven” espalhadas pela Tailândia (aliás, são 2 ou 3 por quarteirão e uma boa opção para tomar café da manhã nos momentos em que seu hostel não oferecer esta opção).
E não tem muita saída, pois a maioria dos pacotinhos que você encontrar estarão apenas em Tailândes. O jeito é arriscar e se deixar surpreender!

6. A moeda oficial do Camboja é o dólar #sqn
Essa foi a que mais me pegou de surpresa. Todas as cobranças no Camboja foram feitas em Dólar, desde o tuk tuk, restaurantes, coca-cola na rua, mercearia, TUDO, tudo o que encontramos em Phnom Penh e Siem Reap foi cobrado e pago com dólar americano. O Riel, a moeda oficial do país é vendida em uma cotação inferior a que praticam utilizando diretamente o dólar, tornando a troca da moeda um mau negócio para os viajantes.
Querendo ou não, esta prática inflaciona todos os preços do país. É de se esperar que tudo custe no mínimo 1 dólar. Os gastos no Camboja acabaram por nos surpreender.

7. Vamos pechinchar?
Funciona assim: você pega o item na mão dentro da loja e faz a famosa pergunta: How much? Vai ouvir o preço, recolocar o item na prateleira e vá saindo. O normal é eles te chamarem perguntando quanto você acha justo pagar pelo item para iniciar a negociação. Fizemos negociações com redução de 70% do preço. Então fique atento, pois se o item for um pouco mais caro, vale a pena gastar um pouquinho mais de tempo e tentar um preço razoável.
Mas, por favor gente, não vá tentar extorquir o vendedor e fazer ele diminuir de 2 reais para 1 real, né? Vamos ter bom senso e entender a realidade de cada país!

8. Oferendas recicladas e lá vamos nós salvar o planeta 😉
Passamos por muitos templos e, na maioria deles, principalmente na Tailândia, são vendidos kit para se ofertar a Buda e etc. E é muito provável que seu kit seja todo ou em parte reutilizado. Sim, sim.
O lugar mais legal de ver isso é em Bangkok, no Buda reclinado de mais de 40 metros, onde as moedinhas que lançamos são recolhidas e vendidas novamente (por que não?). Em Ayuthaya, novamente no Buda reclinado, as tiazinhas ficam lá te vendo colocar a florzinha, acender o incenso e quando vira as costas, TCHARAM, elas vão lá, pegam o vasinho e colocam na banquinha de novo rsrs.
Outra reutilização que vimos, e essa me deu bastante raiva, foi a dos passarinhos em Luang Prabang no Laos. Eles prendem o passarinho para vender aos turistas com a história de que soltando eles lá de cima do monte terão sorte e prosperidade. Ao fim do dia, eles prendem os passarinhos que você soltou, que ficam pela mesma região para vender no dia seguinte. Afffff. Eu quis destruir a barraquinha, mas voltei minha mente a compaixão e exercitei um pouco a minha serenidade. Difícil foi, mas não destruí nada. É assim gente, acostume-se e olhe o lado positivo. O que vale é sua intenção verdadeira.

9. Bebidas quentes
Pois é, foi uma parte difícil, principalmente para quem está acostumado a beber bebidas estupidamente geladas para matar o calor. É tudo quente, gente, mesmo quando você pede gelada e eles garantem que vai vir gelada. Esquece: vai vir quente.
Água, Cerveja, Água de coco, Coca-Cola (echhhat) … tudo quente e o máximo que você pode fazer é pedir gelo e aí mora um perigo: de onde veio esse gelo, comunidade? Diz aí pra mim, em pleno Camboja, no meio do nada, em um templo qualquer de Angkor e você vai pedir gelo? Vai sim, vai acabar pedindo, te garanto. Eu jurei que não ia pedir e não aguentei.
Conclusão: passei muitos dias da minha viagem mal do intestino e a quase certeza de que aquele misto de água duvidosa + gelo duvidoso + calor de 30° estava acabando comigo.
A carinha deles, insistindo com você de que da próxima vez vai estar gelada, quase te faz esquecer tudo de quente que já tomou até então. Não sei, eu confio neles de graça mesmo, viu …

10. O desafio de de tomar um banho decente (saca ducha higiênica? então .. pode ir treinando em casa)
Foram raros os chuveiros em que conseguimos realmente tomar um banho DECENTE. Sou uma sortuda por estar habituada a tomar banho frio. A gente pergunta: “Hot shower?” Eles dão o maior sorrisão e dizem “Sim, madame” “very hot”…
Aí você entra no banheiro e mal consegue encontrar onde fica o chuveiro e, depois de alguns minutos, descobre que não é que a ducha higiênica esteja maior e muito alta, ela na verdade É O CHUVEIRO que você estava procurando. Ajeita daqui, toma banho de gato, tenta ajustar de novo para que mais pingos venham na sua direção… É um processo desafiante, no mínimo!

Nosso roteiro completo você pode ver em Roteiro pelo Sudeste Asiático: Tailândia, Laos, Vietnã, Camboja e Indonésia.
Todas as fotos © Viajanderia

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