Como nosso objetivo é inspirar, aqui no Nômades Digitais abrimos espaço também para ouvir histórias de pessoas que correram atrás dos seus sonhos e hoje conseguem trabalhar e viajar pelo mundo ao mesmo tempo ou simplesmente decidiram passar um tempo da suas vidas desbravando esse mundão. O convidado da vez é Gabriel Folli, do site Viajar com Pouco, que, como o nome indica, reúne experiências de quem tem conseguido viajar pelo mundo sem judiar do bolso. Um dos truques? Trabalhar em troca de hospedagem. Vem com a gente:
Sabe aqueles textos que você lê, de pessoas falando sobre o poder da viagem, como ela pode transformar vidas? Eu, particularmente, já li vários. Nos últimos 5 anos da minha vida, 4 passei lendo textos e mais textos inspiradores, aqueles que dá vontade de jogar tudo para o alto e abraçar o mundo.
Mas no último destes 5 anos, eu mais do que ler, comecei a escrevê-los também. Isso porque, desde então, estou morando na Europa, já tendo passado por 13 países, e cidades que já perdi as contas.
O principal motivo que me fez deixar de apenas ler, mas também passar a escrever, é que eu percebi que muito do que eu lia antes de começar minha jornada era verdade. Só que a maior parte deles só contava as experiências e não contava como tornar isso realidade.
E eu tinha descoberto que era muito mais fácil do que parecia, muito mais possível do que todos pensam, principalmente depois que descobri o Worldpackers, uma plataforma que te permite conseguir hospedagem gratuita por todo o mundo em troca de algumas poucas horas de trabalho.
Quando me dei conta disso, percebi que precisava tentar repassar isso ao máximo de pessoas possível. Porque se foi tão bom para mim, assim como para tantas outras pessoas, por que não pode ser para você? Por que você tem que ficar trancado num escritório 10 horas por dia se não é isso que você quer para a vida?

Praga, República Tcheca
Ao longo da minha viagem, eu fui descobrindo um mundo de experiências e oportunidades.
Já morei em 5 lugares diferentes na Europa sem pagar por hospedagem, chegando a deixar de gastar mais de R$ 8 mil por mês com isso. Foram eles:
Zagreb, na Croácia;
Praga, na República Tcheca;
Budapeste, na Hungria;
Châtel, na França; e
Amsterdã, na Holanda.
Se você ainda tem dúvida do quanto essa experiência pode ser enriquecedora, não deixe de conferir a seguir a as 10 principais lições que aprendi nesses 5 meses
1. Melhor escola
Não há duvidas que a melhor escola da vida é viver. Se observar todos itens dessa lista, estarão diretamente ou indiretamente ligados a isso.
Aprender, evoluir, crescer, amadurecer, … tudo faz parte do viver, de coisas que não aprendemos na escola nem em casa, mas que são tão quão, senão mais importantes do que aprender a tabuada.
2. Muito mais do que os pontos turísticos
Quando você viaja trabalhando em troca de acomodação, acaba naturalmente passando mais tempo na mesma cidade. Com isso, tem a chance de conhecer lugares que vão muito além dos pontos turísticos. Vai acabar convivendo com as pessoas locais, conhecendo os lugares e costumes de quem é de lá, não de quem está de passagem.
Em seus dias de folga, vai poder conhecer cidades vizinhas, por exemplo, algo que certamente não teria oportunidade em viagens turísticas.
Você vai ter uma visão sobre a cidade que um turista comum não teria.

Budapeste, Hungria
3. Viajar sozinho é para todos
Viajar sozinho sempre foi um desafio para mim. Acredito que a maioria dos que têm medo de fazer isso é pelo mesmo motivo. Nunca fui do tipo mais comunicativo e aberto para conversas, sempre tive receio de que, ao viajar sozinho, acabaria me isolando e não aproveitaria a viagem por isso.
Porém, ao cair no mundo, precisei me virar e acabei descobrindo que é muito mais fácil e gratificante do que a gente pensa. Quando eu não conseguia abordar alguém para bater um papo, alguém me abordava. Sempre vai ter alguém mais comunicativo para iniciar uma conversa e, com o tempo, você vai se soltar também.
Hoje eu me sinto à vontade para fazer o mesmo. Muitas vezes, consigo perceber alguém no ambiente que está querendo entrosar, mas não sabe como, eu abro a conversa e tento deixar a pessoa a vontade. Isso me deu a chance de conhecer pessoas do mundo inteiro.
4. Aprendemos a economizar
Sabemos que nos organizar financeiramente não é uma tarefa fácil. Muitas viagens não saem do papel porque podem parecer extremamente caras, e são mesmo, se você não souber como fazê-la de uma forma econômica (isso não quer dizer sem qualidade).
Esse foi o principal motivo para eu ter começado a escrever: querer mostrar que é possível sim viajar sem se descabelar com economias, lá no meu blog. Em 5 meses viajando desta forma, gastei o mesmo que gastaria em uma viagem de 1 mês, seguindo os padrões normais de uma viagem de turismo, talvez até menos.
Teve lugar que fiquei que, se pagasse pela hospedagem por todo tempo que estive lá, passaria de R$ 8.000,00 (sim, só a hospedagem). E meu custo foi R$ 0,00. Eu falo um pouco mais sobre isso aqui.

Chatel, França
4. Respeito
Sempre fui ensinado em casa a respeitar o próximo. Mas como tudo na vida, ouvir ensinamentos com base na experiência dos outros (no caso a família) nunca vai ter a mesma intensidade do que viver aquilo.
Morando tanto tempo em hostel, tive oportunidade de conhecer pessoas do mundo inteiro, cada uma com sua personalidade, cada uma com uma história diferente, de uma família diferente, uma religião diferente e uma CULTURA diferente. Poder conviver com essas pessoas em harmonia, falar sobre o que quiser sem gerar conflitos, é algo incrível.
Três dos principais eventos que me marcaram neste sentido foram:
– Conhecer um canadense, com seus 50 anos, professor de crianças imigrantes. Ele me mostrou uma realidade do mundo que até então eu não tinha conhecimento.
– Conhecer um escocês que estava viajando pela Europa de bicicleta, em uma viagem de 6 meses e mais de 13mil km.
– Poder conversar sobre religião e diferenças culturais com um indiano, que tem um estilo de vida completamente diferente do nosso.

Budapeste, Hungria
5. Coletividade
Morar em hostel está diretamente relacionado à coletividade. Tudo e todos precisam trabalhar em conjunto, seja como funcionário, seja como hóspede. Estão todos pensando em prol do bem comum, da convivência harmoniosa, da troca de experiências. É realmente muito valioso.
Isso é uma forma de provar inclusive que hostel é para todos. Desde crianças até idosos.
6. Foco
Foco sempre foi um problema seríssimo para mim. É algo que trabalho para uma evolução constante, dia após dia.
Estas oportunidades de viajar, de poder trabalhar em troca de hospedagem, me mostraram o que eu realmente queria para minha vida. O quão conectado com isso eu estava. Naturalmente, eu percebi que todas minhas ações estavam se tornando relacionadas a isso, para que eu pudesse tornar o meu objetivo maior viável.
Saber o quanto isso vai agregar para mim no final, me faz manter o foco mesmo naquilo que não gosto em determinados momentos, pois sei que depois, vai me trazer muitos benefícios.
7. Idioma
Tem forma melhor de aprender ou aprimorar qualquer coisa nessa vida que não seja praticando?
Com idiomas não é diferente. Foi uma evolução incrível do nível do meu inglês, voltar a colocar em prática o espanhol depois de tantos anos e aprender algumas palavras em idiomas completamente diferentes, dos quais nunca imaginava que aprenderia algo. Mais uma vez, a escola da vida.

Zagreb, Croácia
8. Habilidades
Alguns lugares estão dispostos a ensinar algumas habilidades caso você queira trabalhar para eles. Eu, por exemplo, nunca tinha trabalhado em recepção nem gerenciamento de dinheiro, fluxo de caixa e afins antes de começar estas viagens.
Pelos diversos hostels que passei, pude aprender um pouco de tudo isso, além de aperfeiçoar outras que já tinha praticado em algum momento. As possibilidades de habilidades que pode executar são imensas.
10. Nós somos os únicos responsáveis pelo que temos
Parece besteira, mas é a mais pura verdade. Se você não vai atrás, se você não se planeja, organiza e batalha pelo que quer, nunca vai acontecer. De nada adianta ler centenas de textos, ficar morrendo de vontade de fazer o mesmo, mas não tomar nenhuma atitude para isso.
A vida acontece DE você, não PARA você.

Chatel, França

Amsterdã, Holanda

Amsterdã, Holanda

Zagreb, Croácia
Se você quiser conhecer um pouco mais das minhas experiências e como você pode fazer o mesmo, viajando com hospedagem gratuita pelo mundo todo, dá uma olhada aqui.
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Todas as fotos © Gabriel Folli

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